Você, com certeza, conhece alguém que desenvolveu algum desses vícios ao volante: descansar a mão na alavanca de câmbio do carro, dirigir com os braços para fora e manter o pé na embreagem.
Com o tempo, dirigir se torna um hábito automático e muitas vezes, desenvolvemos comportamentos que parecem inofensivos, mas que podem ser perigosos.
O motivo? Bem, primeiro, porque são prejudiciais ao funcionamento do carro. No entanto, e mais importante, podem colocam em risco a vida das pessoas no veículo.
A seguir, vamos entender o que são vícios ao volante, os cinco principais praticados e explicar por que você evitá-los.
Índice:
O que são vícios ao volante?
Vícios ao volante são hábitos ou comportamentos que podem colocar o motorista e os demais ocupantes do veículo em risco. 0
Eles podem ser prejudiciais ao funcionamento do carro, aumentar o consumo de combustível e até mesmo resultar em multas de trânsito.
Combater os vícios ao volante é crucial para proteger a segurança, a saúde e o bem-estar de todos os envolvidos no trânsito, além de reduzir custos associados a acidentes de trânsito.
É responsabilidade de todos os condutores seguir as regras de trânsito, evitar hábitos perigosos e promover a segurança nas estradas.
Quais os vícios de direção mais comuns?
Para melhor exemplificar o que são os vícios ao volante, separamos os cinco principais que podem ser evitados no trânsito:
1. Descer ladeiras em ponto morto
Essa é, provavelmente, uma das práticas mais comuns no trânsito. Muita gente acredita que deixar o carro em ponto morto é uma forma de economizar combustível.
Mas a verdade é que tudo não passa de um boato. Descer ladeiras com o veículo desengatado estressa o motor do carro e sobrecarrega as pastilhas de freio.
Quando o veículo está em ponto morto, uma quantidade maior de combustível é injetada no motor, pois o sistema entende que ele está em marcha lenta e isso faz com que o consumo aumente.
Além disso, a marcha engatada ajuda a controlar a velocidade do carro. Em ponto morto, ao contrário, esse controle fica apenas por conta do freio mecânico, desgastando as pastilhas e ainda pode fazer o automóvel desgovernar e cause um acidente.
Isso sem contar que o hábito de circular com o carro desengatado configura infração de trânsito, com multa no valor de R$ 130,36 e mais quatro pontos na carteira.
2. Apoiar a mão na alavanca de câmbio
Muitos motoristas acabam adquirindo a mania de deixar uma das mãos apoiada na alavanca de câmbio, principalmente de carros manuais.
A princípio esse parece ser um vício inofensivo, mas, na verdade, existem dois prejuízos que podem advir dessa prática.
Primeiramente, apoiar na alavanca de câmbio e dirigir com apenas uma das mãos no volante caracteriza infração, com multa no valor de R$ 85,13 e quatro pontos na carteira.
Além disso, essa prática causa avarias no trambulador, peça responsável por transmitir a posição da alavanca para a caixa de câmbio.
Com o tempo, esse desgaste dificulta a mudança de marchas e pode estragar as engrenagens do sistema.
O conserto de peças danificadas em uma oficina mecânica pode custar mais de R$ 400 em alguns casos. Esse custo é evitável se o motorista adotar o hábito de dirigir com as duas mãos no volante e tocar na alavanca de câmbio apenas durante as trocas de marcha.
3. Manter o pé na embreagem
Outra prática comum entre motoristas é manter o pé apoiado na embreagem enquanto o carro está em movimento ou parado. A justificativa aqui geralmente é a mesma do tópico anterior: agilizar a troca de marchas.
A verdade, porém, é que esse é um dos vícios ao volante que mais causa prejuízos. O sistema de embreagem consegue multiplicar em até 50 vezes o peso aplicado sobre o pedal.
Logo, por mais leve que seja o toque nessa peça, causa um desgaste em discos, molas e rolamentos do sistema, diminuindo a vida útil da embreagem em até 50%.
Ainda que o estrago não seja imediato, a troca dessas peças pode custar até R$ 2 mil, um gasto que pode ser adiado em vários anos se o motorista deixar de lado a mania de apoiar o pé nesse pedal.
Outro vício que causa prejuízos semelhantes é a de manter o carro parado em aclives usando os controles de aceleração e embreagem. O ideal é manter o veículo freado e fazer o controle apenas para arrancar.
4. Deixar o braço para fora da janela
Em dias muito quentes, é comum deixar as janelas do carro abertas. Nessa situação, é natural que o motorista apoie o cotovelo na porta, deixando uma parte do braço para o lado de fora do veículo até sem perceber.
Essa é uma prática que adquirimos justamente por ser muito comum no trânsito. O problema é que, além de ser algo perigoso, também é uma infração média.
Dirigir com o braço para fora do carro tem vários prejuízos, incluindo riscos de assaltos, colisões com obstáculos, possibilidade de amputação em capotamentos. Para evitar problemas, mantenha os braços dentro do carro e as mãos no volante.
5. Dirigir com o tanque de combustível na reserva
Não existe nenhuma vantagem em andar com o tanque sempre na reserva. Pelo contrário: o motorista apenas arrisca ficar parado no meio da pista por falta de combustível — mais uma infração média — e ainda sofrer outros prejuízos.
Existem impurezas que se acumulam no fundo do tanque de combustível com o passar do tempo. Se o carro está sempre na reserva, elas podem acabar sendo sugadas pela bomba de combustível e causar o entupimento do bico de injeção e a sobrecarga dos filtros.
Além disso, a bomba fica imersa no combustível para se resfriar. Se o tanque está sempre vazio, ela pode acabar sofrendo superaquecimento e queimando.
Se você parar para pensar, esse item custa cerca de R$ 300 e, somado à mão de obra, à troca do filtro e ao conserto do bico de injeção, os prejuízos podem ficar facilmente acima dos R$ 500.
Já um tanque cheio custa cerca de R$ 250, se abastecido com gasolina. Como o carro precisará ser reabastecido de um modo ou de outro, não há nada que justifique essa prática prejudicial.
Qual o impacto dos vícios ao volante no consumo de combustível?
Os vícios ao volante podem ter um impacto significativo no consumo de combustível. Alguns vícios, como acelerar e frear bruscamente, podem aumentar o gasto em até 30%.
Outros vícios, como dirigir em excesso de velocidade ou com o carro desregulado, também podem aumentar o consumo de combustível.
Além disso, para reduzir o consumo de combustível também é importante evitar:
- Arrancadas e frenagens bruscas: acelerações súbitas e frenagens intensas desperdiçam energia e combustível, reduzindo a eficiência do veículo;
- Marcha lenta prolongada: deixar o veículo em marcha lenta por longos períodos consome combustível desnecessariamente. É mais eficiente desligar o motor em situações de espera prolongada;
- Uso inadequado do câmbio: trocar de marcha em momentos inadequados ou manter uma marcha baixa em velocidades elevadas pode aumentar o consumo;
- Pneus subinflados: pneus com pressão inadequada têm maior resistência ao rolamento, o que exige mais combustível para manter o veículo em movimento;
- Carga desnecessária: transportar carga adicional ou bagagem no teto do veículo aumenta a resistência do ar e pode levar a um maior consumo de combustível.
Como os vícios ao volante impactam nos gastos com manutenção?
Os vícios ao volante podem impactar nos gastos com manutenção de várias maneiras. Alguns vícios podem causar desgaste prematuro dos componentes do carro, o que pode levar a reparos ou substituições mais frequentes.
Como vimos anteriormente, também podem aumentar o consumo de combustível, o que pode levar a mais desgaste nos componentes do motor e do sistema de transmissão.
Outros impactos nos gastos com manutenção incluem:
Suspensão
Dirigir sobre buracos e obstáculos, ou ultrapassar lombadas inadequadamente, pode danificar a suspensão do veículo, levando a reparos com custos elevados.
Motor
Condução agressiva, como acelerar rapidamente, pode aumentar o desgaste do motor e de seus componentes, diminuindo a vida útil da peça e requerendo manutenção com mais frequente.
Sistemas de escape
A direção agressiva pode acelerar o desgaste do sistema de escape, resultando em vazamentos, problemas de emissões e a necessidade de reparos.
Manutenção preventiva negligenciada
Condutores com vícios ao volante às vezes também tendem a negligenciar a manutenção preventiva, como trocas de óleo regulares, verificação de fluidos e inspeção periódica, o que pode levar a problemas mais graves e caros no futuro.
Para economizar dinheiro e prolongar a vida útil do veículo, é importante adotar práticas de direção responsável e cuidadosa, bem como seguir o programa de manutenção recomendado pelo fabricante.
Como evitar os vícios ao volante?
Combater os vícios ao volante não serve apenas para preservar o veículo, mas também para garantir a segurança dos próprios motoristas. Não é à toa que todos os exemplos mencionados acima configuram infrações de trânsito.
Por isso, é preciso se esforçar para evitar essas práticas e evitar prejuízos e possíveis acidentes:
Seja consciente dos seus hábitos ao volante
Preste atenção ao que você está fazendo quando dirige. Se você perceber que está praticando um comportamento inseguro, tome medidas para corrigi-lo.
Concentre-se na estrada
Quando estiver dirigindo, concentre-se na estrada e na sua condução. Evite distrações, como conversas, música ou uso do celular.
Cumpra as regras de trânsito
Respeite as leis de trânsito, incluindo limites de velocidade, sinais de trânsito e semáforos. Isso não apenas mantém você seguro, mas também evita multas e pontos na carteira.
Dirija de forma preventiva
Esteja sempre atento ao que está acontecendo ao seu redor e pratique a direção preventiva, antecipando as ações de outros motoristas e tomando medidas para evitar acidentes.
Faça cursos de direção defensiva
Considere a possibilidade de participar de cursos e treinamentos de direção defensiva para aprimorar suas habilidades e conhecimentos de segurança no trânsito.
Mantenha o veículo em boas condições
Realize a manutenção regular do veículo, incluindo trocas de óleo, verificação de fluidos, manutenção dos freios, pneus e sistema de suspensão. Um veículo em boas condições é mais seguro e confiável.
Descanse adequadamente
Evite dirigir quando estiver cansado. A fadiga pode prejudicar sua concentração e tempos de reação.
Se você estiver cansado ou estressado, não dirija. Pare em um lugar seguro e descanse antes de continuar a viagem.
Seja um exemplo
Seja um modelo de comportamento seguro para outros motoristas, especialmente para novos condutores em sua família.
Lembrando que a segurança no trânsito é responsabilidade de todos os condutores, e adotar práticas de direção segura e evitar vícios ao volante não apenas protege a sua vida, mas também a de todos os usuários da estrada.
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