Dicionário da Gestão de Frota | Conheça os termos essenciais

Quais são as vias mais perigosas do Brasil?

Quais são as vias mais perigosas do Brasil?

“Quais são as vias mais perigosas do Brasil?” Se você atravessa a malha rodoviária brasileira por dever profissional ou se gosta mesmo de viajar de carro por aí, com certeza já escutou ou já fez a si mesmo essa pergunta.

A maioria dos motoristas até já ouviu falar da infame “Rodovia da Morte” (BR-116), que cruza o Brasil, do Sul ao Nordeste, é conhecida pelo tráfego intenso e elevado número de acidentes. Mas não é todo mundo que realmente sabe quais são as vias mais perigosas do Brasil.

No geral, o estado das rodovias brasileiras é precário: sobram buracos, falta sinalização etc. 

Segundo a 25ª Pesquisa CNT de Rodovias, divulgada do ano passado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), o Serviço Social do Transporte (SEST) e o Serviço Nacional de Aprendizado do Transporte (SENAT), o estado de 66% das rodovias brasileiras foi classificado como regular, ruim ou péssimo.

Em 2021, esse percentual era de 61,8%. Ou seja: nossas vias estão cada vez mais perigosas.

Neste texto, vamos falar do estado das nossas rodovias, informar quais são as vias mais perigosas do Brasil e ainda daremos algumas dicas de segurança no trânsito. Siga a leitura e confira!

Qual é a situação das estradas brasileiras?

A já citada Pesquisa CNT de Rodovias identificou que o pavimento de 55,5% das vias encontra-se em estado regular, ruim ou péssimo (aumento de 3,3% em comparação a 2021). Há trechos esburacados, asfalto irregular, entre outros problemas. 

A sinalização foi considerada deficiente (regular, ruim ou péssima) em 60,7% das estradas. Má sinalização, você sabe, aumenta a insegurança de quem está ao volante.

A situação precária da malha rodoviária brasileira eleva não só o número de acidentes que colocam em risco a vida de quem cruza nossas estradas como também causa prejuízos ao setor de transportes, tornando-o menos competitivo

A má conservação do pavimento representa um aumento de custos da ordem de 33,1% para as empresas de transporte rodoviário e carga no Brasil. 

Estradas em situação precária também resultam em elevação do consumo de combustível, o que, por sua vez, não só custa caro como prejudica o meio ambiente

A Pesquisa CNT de Rodovias estimou que, em 2021, as empresas de transporte de cargas gastaram aproximadamente R$ 4,89 bilhões a mais em combustível devido à má conservação das estradas.

Cerca de 1,072 bilhão de litros de diesel foram consumidos de forma desnecessária, o que ocasionou a emissão de 2,83 milhões de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera.

Já imaginou o quanto o setor poderia investir se não perdesse tanto dinheiro por causa da precariedade da malha rodoviária?

O setor certamente seria mais competitivo e tanto os consumidores como o meio ambiente seriam impactados positivamente. 

Além disso, se a manutenção das estradas estivesse em dia, o tráfego seria mais seguro e as vidas de milhares de brasileiros seriam preservadas.

Quais são as vias mais perigosas do Brasil?

Agora, que já demos um panorama da situação das estradas do país, podemos responder à pergunta com que iniciamos este texto: quais são as vias mais perigosas do Brasil?

O levantamento abaixo também foi retirado da Pesquisa CNT de Rodovias, mas não da edição de 2022, como as informações divulgadas acima, mas da de 2021.

Confira abaixo quais são as vias mais perigosas do Brasil:

BR-116

No topo do ranking das vias mais perigosas do Brasil está a já mencionada BR-116, conhecida como “Rodovia da Morte”.

Trata-se de uma das rodovias mais importantes do país, que corta dez estados: do Rio Grande do Sul ao Ceará. 

O apelido “Rodovia da Morte” foi criado nos anos 1990, motivado pelo aumento do número de engarrafamentos e acidentes fatais em um trecho localizado na região da Serra do Cafezal, no estado de São Paulo.

Nesse trecho, o tráfego de veículos era intenso, o que, aliado à topografia acidentada da região e à má conservação da via, com frequência resultava em acidentes.

BR-101

Em segundo lugar no ranking está a BR-101, que é a maior rodovia brasileira: tem 4.650 quilômetros e se estende do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte.

Um de seus trechos mais perigosos se encontra entre os quilômetros 343 e 353, em Guarapari, no Espírito Santo.

Por ser um trecho estreito e cheio de curvas, são frequentes as colisões frontais durante ultrapassagens.

BR-153

Também conhecida como Rodovia Transbrasiliana ou Rodovia Belém-Brasília, a BR-153 percorre oito estrados brasileiros e chega até a fronteira com o Uruguai.

É há tempos considerada uma via bastante perigosa devido ao estado precário de conservação e traçado sinuoso.

Um de seus trechos mais perigosos fica no perímetro urbano de Goiânia.

Segundo a Pesquisa CNT de Rodovias, a situação de 46,4% da BR-153 foi considerada regular, ruim ou péssima.

BR-381

O Painel CNT de Consultas Dinâmicas dos Transportes mostrou que a BR-381 foi a rodovia brasileiras com o maior número de acidentes com vítimas no país em termos proporcionais à sua extensão (1.181 quilômetros).

Em 2021, foram 265,8 ocorrências a cada 100 quilômetros de extensão. Ao todo, foram registrados 2.483 acidentes com vítimas. 

A BR-381 vai do Espírito Santo até São Paulo, mas seu trecho mais perigoso fica entre Belo Horizonte e Governador Valadares (MG).

BR-316

A BR-316 também é conhecida como uma das vias mais perigosas do Brasil.

A rodovia tem 2.054 quilômetros de extensão: vai do Pará a Alagoas.

Os problemas da via são vários: asfalto em más condições, quantidade excessiva de retornos, paradas de ônibus irregulares, entre outros.

Além disso, a estrada não tem passarelas. Por isso, há muita travessia irregular de pedestres, o que resulta em atropelamentos e outros acidentes provocados por frenagem brusca.

BR-163

A BR-163, que percorre seis estados, do Pará ao Rio Grande do Sul, também está no ranking das vias mais perigosas do Brasil.

A Pesquisa CNT de Rodovias apontou problemas de conservação do asfalto e de sinalização na estrada.

O trecho mais perigoso fica em Mato Grosso, onde foram registrados 34% de todos os acidentes ocorridos na BR-163 em 2021. 

Motoristas devem permanecer especialmente atentos na região do Posto Gil, em Diamantino, pois lá a estrada não é duplicada e, em alguns pontos, falta acostamento.

BR-364

Segundo a Pesquisa CNT de Rodovias, a manutenção da BR-364 é considerada regular, ruim ou péssima em 73,4% de seus 4.230 quilômetros de extensão.

A BR-364 cruza seis estados: vai de São Paulo ao Acre. No entanto, os trechos mais críticos estão localizados em Rondônia, onde é apelidada de “Corredor da Morte”.

BR-277

Conhecida como “Grande Estrada”, a BR-227 atravessa o Paraná de ponta a ponta.

É também considerada a rodovia mais perigosa do estado. Em 2020, 154 pessoas morreram em 1.049 acidentes na vida.

O trecho com maior incidência de acidentes fica em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

BR-262

A BR-262, que cruza quatro estados, do Espírito Santo ao Mato Grosso do Sul, também é conhecida como uma das vias mais perigosas do país.

Cheia de curvas, a rodovia é especialmente difícil de trafegar nos arredores de Belo Horizonte.

A Pesquisa CNT de Rodovias afirma que 63,3% da BR-262 está em condições regulares, ruins ou péssimas.

BR-040

Por fim, em décimo lugar no ranking de vias mais perigosas do Brasil, está a BR-040, que vai Distrito Federal ao Rio de Janeiro, percorrendo também os estados de Goiás e Minas Gerais.

Concedida à iniciativa privada, a BR-040 tem vários trechos considerados perigosos.

Um deles é o que liga Brasília a Belo Horizonte, que não é duplicado.

Como a pista é estreia, as ultrapassagens são particularmente arriscadas por lá.

Dicas de segurança nas estradas: quais cuidados tomar?

Aumentar a segurança das vias brasileiras também está nas mãos de quem está ao volante.

Há várias medidas que você pode tomar para tornar o trânsito mais seguro e as estradas menos perigosas.

Abaixo, vamos dar algumas dicas, mas antes, tire uns segundinhos para baixar o kit segurança da frota elaborado pela Cobli. É grátis!

Nosso kit traz cinco ferramentas para reforçar a segurança da sua frota (planilha de custos de acidentes de veículos, checklist para controle de segurança, planilha de controle de acidentes, ficha de investigação de acidentes e modelo de relatório de acidente) e também um guia de direção defensiva.

Já baixou o nosso kit? Ótimo! Pois agora leia com atenção nossas dicas de segurança nas estradas!

Cuidado com motoqueiros, ciclistas e pedestres

Existe uma regra geral de segurança do trânsito: os veículos maiores (caminhões, carros) são responsáveis pela segurança dos menores (motos e bicicletas) e todos são responsáveis pela segurança dos pedestres.

Portanto, nossa primeira dica é a seguinte: zele pela segurança dos pedestres, ciclistas e motoqueiros que estão ao seu lado na estrada.

E não se esqueça de prestar atenção no comportamento dos outros motoristas — e também de motoqueiros, ciclistas e pedestres — para antecipar imprevistos e prevenir acidentes.

Não ultrapasse o limite de velocidade

De acordo com o artigo 218 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), “transitar em velocidade superior à máxima permitida para o local, medida por instrumento ou equipamento hábil, em rodovias, vias de trânsito rápido, vias arteriais e demais vias” é uma infração que pode ser considerada média (quando a velocidade for superior à máxima em até 20%), grave (de 20% a 50%) ou gravíssima (acima de 50%).

Infrações médias, graves e gravíssimas são punidas com multas de R$ 130,16, R$ 195,23 e R$ 880,41. Nesse último caso, o infrator ainda perde o direito de dirigir.

Dirigir acima da velocidade permitida é perigosos e com frequência resulta em acidentes, pois quanto maior a velocidade de um veículo, menos tempo o condutor tem para reagir a imprevistos. 

Sinalize antes de agir

Não seja aquele motorista de quem todo mundo reclama: o que não dá seta antes de fazer curva.

Não sinalizar adequadamente antes de uma ação (fazer uma curva, ultrapassar um veículo etc.) é irresponsável e perigoso, provoca colisões e acidentes graves.

Preste atenção à sinalização

As placas espalhadas às margens das rodovias têm a função e orientar os motoristas, ajudá-los a e evitar erros e a dirigir de maneira mais consciente.

Obedecer à sinalização rodoviária é especialmente importante quando o motorista dirige por caminhos que não conhece tão bem.

Mantenha distância do veículo à frente

É fundamental manter uma distância segura do veículo à frente, para, em caso de imprevistos, ter tempo (e espaço) suficiente para reagir.

Seguir essa dica é ainda mais importante em condições climáticas adversas que podem atrapalhar a condução, como chuva ou neblina.

Dê a preferência

Sempre que puder, dê a preferência! 

Essa prática garante uma condução mais segura e ainda ajuda a melhorar aquele clima tenso do trânsito.

Não se esqueça do cinto de segurança

Além de proteger o motorista e os passageiros e reduzir danos em caso de acidente, usar cinto de segurança é obrigatório.

Veja o que diz o artigo 65 do CTB: “É obrigatório o uso do cinto de segurança para condutor e passageiro em todas as vidas do território nacional”.

Segundo outro artigo, o 167,  não usar cinto de segurança é infração grave, punida com multa e medidas administrativa (retenção do veículo é a colocação do cinto pelo infrator).

Cuide bem do veículo

Estar com a manutenção do seu veículo em dia é uma excelente maneira de evitar acidentes.

Gestores de frota, em especial, devem se certificar de que a manutenção periódica dos veículos está de acordo com os cronogramas definidos previamente.

Essa dica também fale para quem não tem frota, viu? Antes de viajar, visite seu mecânico de confiança para checar se está tudo em ordem com o veículo. 

É importante cuidar de todos os componentes: motor, freios, pneus etc. E não se esqueça de calibrar os pneus e trocar o óleo!

Não mexa no celular

Sim, a tecnologia pode ser muito útil na hora de pegar a estrada. Pense nos benefícios trazidos por aplicativos de rotas, por exemplo.

No entanto, quem está ao volante não deve mexer no celular. O aparelho distrai o condutor, que não deve tirar os olhos da pista em momento algum. 

Segundo o inciso V do artigo 252 do CTB, constitui infração dirigir “apenas com uma das mãos, exceto quando deva fazer sinais regulamentares de braço, mudar a marcha do veículo, ou acionar equipamentos e assessórios do veículo”.

A Lei nº 13.281/2016, por sua vez, adicionou um novo parágrafo a esse artigo: “A hipótese prevista no inciso V caracterizar-se-á como infração gravíssima no caso de o condutor estar segurando ou manuseando telefone celular”.

Evite álcool

O conselho “se beber, não dirija” está em todo lugar — até na lei. 

O artigo 165 do CTB afirma que “dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência” é infração gravíssima, punida com multa e suspensão do direito de dirigir por 12 meses.

Portanto, se você vai pegar a estrada, mesmo que não seja uma das vias mais perigosas do Brasil, siga as dicas do Blog da Cobli e deixe aquela cervejinha para outra hora!

Esta publicação te ajudou? Confira outras explicações sobre questões de logística e gestão de frota.

Nina Finco

Escrito por

Nina Finco

Formada em jornalismo pela UMESP-SP e especialista em mídia, informação e cultura pela ECA/USP. Já passou pelas redações da Revista Época e do Jornal O Globo. Atualmente é responsável pela criação e edição de conteúdo sobre gestão de frotas e PMEs no blog da Cobli.

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