O setor logístico está imerso em uma série de nomenclaturas e jargões que são importantes para quem atua na área. Você já ouviu falar, por exemplo, em o que é tacógrafo?
Não? Pois saiba que este item do transporte de carga é até previsto por lei! Saber o que é tacógrafo é primordial para estar com um veículo regularizado, mas também para extrair métricas importantes para a empresa.
Quer saber mais sobre o tema? Neste texto falaremos sobre o que é e como funciona o tacógrafo, quem precisa ter o dispositivo, as diferenças entre o analógico e o digital, e muito mais! Confira!
Índice:
O que é o tacógrafo?
O tacógrafo é a grande “caixa-preta” dos caminhões de carga, ou seja, um dispositivo que registra todas as informações de uma viagem, assim como acontece com as aeronaves.
A diferença, porém, de um tacógrafo para a caixa-preta do avião é que nele o próprio motorista consegue entrar e acessar os dados gerados pelo medidor, ainda que com algumas limitações, é claro.
Mas afinal, para que serve o tacógrafo?
Em suma, o dispositivo nada mais faz do que registrar a distância percorrida pelo veículo, o tempo que aquele motorista levou para completar o trajeto – incluindo as paradas no meio do caminho, quantas horas o condutor trabalhou, a velocidade média do automóvel, etc.
Como funciona o tacógrafo?
Existem dois tipos de tacógrafo: o digital e o analógico, porém este segundo é o mais utilizado hoje em dia.
Enquanto o tacógrafo digital faz uso de uma bobina, como aquelas de cupons fiscais e tem um custo de entrada mais caro, o tacógrafo analógico vem com um disco-diagrama do tamanho de um CD e é bem mais em conta na hora de instalar.
A principal função de ambos, porém, segue a mesma: os modelos registram todas as informações básicas de um percurso.
O dispositivo, que fica ligado à saída da caixa de câmbio, pode ser de uso diário ou semanal.
Na parte central do tacógrafo, é possível anotar o nome do motorista, data de início e fim da viagem, o local, identificação do automóvel, entre outras informações importantes.
Assim, fica muito mais fácil identificar quem foi o condutor responsável por tal viagem, quantas horas ele trabalhou naquele dia – ou naquela semana – a velocidade média que ele utilizou durante o percurso e qual foi o tempo gasto com pausas no meio do caminho.
O tacógrafo digital, porém, consegue extrair mais dados como o comportamento do motorista, manutenções pendentes, uso de cinto de segurança, excesso de velocidade, entre outras coisas.
E por que isso é importante? Simples, porque assim o gestor da empresa consegue monitorar, de perto, como está sendo a performance das entregas, se o motorista precisa de algo, se o tempo gasto nessas viagens está sendo bem utilizado, etc.
Outra vantagem destes dispositivos é a possibilidade de prever certos eventos como a necessidade de manutenção, por exemplo.
Dessa forma, os veículos da frota sempre estarão em dia com a revisão e podem ter uma performance melhor nas ruas, o que incontestavelmente também faz com que a empresa economize mais dinheiro.
O tacógrafo e a legislação
O que poucas pessoas sabem, porém, é que a existência deste dispositivo nos veículos de carga é uma obrigação prevista por lei.
Segundo a seção II do artigo 105 do Código Brasileiro de Trânsito, é obrigatório para
“Veículos de transporte e condução escolar, os de transporte de passageiros com mais de dez lugares e os de carga com peso bruto total a quatro mil, quinhentos e trinta e seis quilogramas, equipamento registrador instantâneo inalterável de velocidade e tempo”.
Além disso, a legislação do tacógrafo estabelece que há penalizações para quem não tiver o dispositivo instalado no veículo, caso cumpra com os pré-requisitos mencionados, ou que tenha o tacógrafo, mas não o utilize.
Ainda em um terceiro caso, previsto por lei, aqueles que adulterarem as medições do dispositivo também podem ser penalizados.
Estas penalizações envolvem tanto pontos na CNH do motorista como multa para a transportadora.
Existe algum tipo de fiscalização do tacógrafo?
Se você está se perguntando se pode ser multado pelo tacógrafo devido a algum tipo de fiscalização, a resposta é sim.
Durante a viagem, o motorista pode ser parado pela Polícia Rodoviária que, por sua vez, pode solicitar a leitura do dispositivo para verificar se está tudo em ordem.
Por isso é tão importante acoplar o dispositivo aos veículos que o requerem.
Além disso, é necessário submeter o tacógrafo a uma inspeção do Inmetro para saber se o aparelho está em boas condições de uso.
Também é recomendado realizar inspeções periódicas para avaliar se o aparelho segue com um desempenho favorável.
Vantagens do modelo analógico e do aparelho digital
Cada dispositivo tem suas especificidades e, embora o modelo digital pareça ser mais atrativo por ser mais completo, ele também tem um custo bem mais alto de aquisição, porém baixo em manutenção.
Por outro lado, os aparelhos analógicos, embora mais baratos, demandam um cuidado constante para manter-se funcionando e gastos que podem ser bem salgados.
Isso faz com que a empresa tenha que despender de mais tempo e dinheiro para fazer com que o tacógrafo esteja em perfeitas condições de uso.
A decisão de qual modelo utilizar cabe ao gestor da área e/ou à empresa, mas já ter conhecimento sobre o que é o tacógrafo, como ele funciona e suas vantagens deixa esse momento um pouco mais fácil, certo?
E lembre-se sempre: a grande missão do setor de transportes é aliar a melhor performance a baixos custos.
Se o tacógrafo é capaz de auxiliar nesse processo, além de ser obrigatório por lei, a melhor coisa a fazer é parar, pensar e analisar a situação para não ser pego desprevenido ao final.
Esta publicação te ajudou? Confira essa e outras explicações sobre questões de logística e gestão de frota no blog da Cobli.