O pneu é uma das partes do automóvel que mais precisam de atenção. Qualquer dano sofrido na peça pode acarretar uma série de problemas e, inclusive, colocar a segurança em risco. Por isso, existe a reforma de pneu: uma prática já utilizada, mas que ainda gera muita dúvida.
A boa manutenção dos pneus impacta diretamente na eficiência da operação e também na redução de custos da frota. Este é o principal motivo para que a reforma de pneus seja uma estratégia escolhida por tantas empresas de frota do Brasil.
Existe até mesmo uma regulamentação exclusiva para isso. A Portaria nº 433/2021 da INMETRO descreve todos os requisitos que uma reforma de pneu exige.
Neste artigo, respondamos às dúvidas mais comuns sobre o tema e ainda dar dicas sobre como e quando fazer uma reforma de pneus. Continue a leitura para saber tudo sobre o assunto!
Índice:
Como funciona a reforma de pneus?
Quando um pneu chega ao fim da vida útil, ele pode ser reformado e ter sua usabilidade estendida. Este processo é chamado de reforma de pneu e faz com que a peça possa ser reutilizada.
E essa não é uma prática incomum no Brasil: todo ano, cerca de 7 milhões de pneus passam por algum tipo de reaproveitamento. Os dados são da Associação Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus (ABR).
O alto número de reformas de pneu se dá, principalmente, pela sustentabilidade do processo e pela economia de custos. Afinal, um pneu reformado consegue ser 60% mais econômico que um novo, com rendimento semelhante.
Mas como acontece essa reforma? Basicamente, a reforma é o processo de renovação da banda de rodagem, a superfície do pneu que entra em contato com o solo. Esta parte da peça é a grande responsável pela aderência, estabilidade e segurança de passageiros e mercadorias.
Com equipamentos adequados e profissionais qualificados, essas empresas inspecionam os pneus, removem a banda de rodagem desgastada e aplicam uma nova camada de borracha, garantindo a segurança e o desempenho dos pneus renovados.
Atualmente, existem três tipos de técnicas utilizadas para reformar pneus. Mas muitos sequer sabem que elas existem ou quais as suas diferenças.
Quais os tipos de reformas de pneu que existem?
Cada tipo de reforma possui suas características e aplicações específicas. As três técnicas aplicadas são as de recapagem, recauchutagem e remoldagem.
Para saber qual técnica é a mais indicada, é importante consultar profissionais especializados, pois existe um tipo mais adequado para cada situação.
Essa avaliação é o que vai garantir a segurança, o desempenho e a durabilidade dos pneus reformados, contribuindo para a eficiência e a economia na operação da frota.
A seguir, explicamos as características das de cada tipo de reforma. Confira!
Recapagem
A recapagem é um tipo de reforma de pneu que consiste na aplicação de uma nova camada de borracha na banda de rodagem do pneu desgastado, mas mantendo a carcaça original.
A recapagem é o tipo de reforma mais realizada, segundo dados da ABR. Muito disso se dá pela sua qualidade e também pela economia: a técnica é 15% mais barata do que a recauchutagem e 50% mais barata do que a remoldagem.
A mesma pesquisa indica que 80% dos pneus de caminhões e ônibus são recapados e 40% dos veículos de passeio já passaram por algum tipo de substituição deste tipo.
Recauchutagem
A outra técnica utilizada é a de recauchutagem. É um processo de reforma de pneu que envolve a remoção completa da banda de rodagem desgastada, incluindo a borracha dos ombros, e a aplicação de uma nova.
Este tipo é recomendado quando a carcaça do pneu está em boas condições, mas especificamente a banda de rodagem precisa ser substituída.
A recauchutagem oferece uma solução econômica para prolongar a vida útil dos pneus. Com a aplicação da nova banda de rodagem, os pneus reformados ganham aderência, tração e resistência ao desgaste, muito semelhante a um pneu novo.
Remoldagem
Por último, existe a remoldagem, um processo de reforma mais completa, que substitui banda de rodagem, laterais e ombros do pneu, mas que mantém a carcaça preservada.
Por ser um processo mais profundo de reparação, o pneu precisa estar “qualificado” para passar pelo procedimento. Isso quem diz é o profissional, após uma inspeção.
Como saber se está na hora de reformar um pneu?
Saber quando é o momento certo para reformar um pneu é fundamental para a operação de uma frota. Isso é o que vai ajudar a manter os veículos com manutenção em dia, aumentar os níveis de segurança e ainda ajudar na redução de custos ao evitar problemas.
Tanto o gestor quanto o motorista da frota podem identificar alguns aspectos de desgaste da peça. Isso inclui observar se o pneu está “careca”, se existem cortes profundos, bolhas ou deformações em suas laterais, ou se existe perda de aderência e tração.
Além disso, é importante verificar regularmente (pelo menos a cada manutenção) a profundidade dos sulcos do pneu utilizando um medidor de profundidade. Caso os sulcos estejam abaixo do limite recomendado, pode ser que seja a hora de considerar a reforma.
Uma dica importante é observar o indicador que fica na banda de rodagem, que costuma ser chamado de “desenho” do pneu. Quando estiver perto do desgaste do limite de segurança, que é de 1,6 mm de profundidade, o pneu já é considerado “careca” — o que pode até mesmo levar à multa. E isso significa que é hora de trocá-lo.
Quanto tempo dura um pneu reformado?
A duração de um pneu reformado pode variar dependendo de diversos fatores. Qualidade da reforma, as condições de uso, o tipo de estrada e o cuidado com a manutenção são alguns deles.
Em geral, um pneu reformado bem executado pode ter uma vida útil bem semelhante à de um pneu novo. Mas lembre-se que a durabilidade está diretamente ligada à qualidade da carcaça do pneu, que deve estar em boas condições.
Não podemos esquecer que manter um bom controle dos pneus da frota é essencial. Isto é, inspeções regulares, manutenção adequada da pressão do ar, escolhas de rotas com melhor infraestrutura e boas práticas de direção.
Ao seguir essas recomendações, o pneu reformado pode ter um aproveitamento muito parecido com o de um pneu novo, o que só traz maior custo benefício para a frota.
É possível reformar o mesmo pneu duas vezes?
Sim, é possível reformar o mesmo pneu duas vezes, desde que a carcaça do pneu esteja em condições adequadas!
Uma segunda reforma depende de alguns fatores, como o tipo de reforma anterior, o desgaste da carcaça, as condições de uso e a recomendação do fabricante.
O recomendado é sempre consultar empresas especializadas (ou até um profissional da sua confiança) para avaliar a possibilidade de uma segunda reforma, levando em consideração as especificidades do pneu em questão.
No entanto, vale ressaltar que a durabilidade e a qualidade do pneu reformado podem ser influenciadas pela quantidade de reformas realizadas. Tenha uma conversa franca com os especialista e avalie bem a situação — em alguns casos, adquirir um pneu novo pode ser mais vantajoso a longo-prazo.
Contudo, a regulamentação da Portaria nº 433/2021 determina a quantidade máxima de reformas de pneu por tipo de veículo:
- Automóveis: limite de até três vezes;
- Caminhões e ônibus: limite de seis vezes.
- Motocicletas, ciclomotores, motonetas e triciclos não podem ter seus pneus reformados.
Outras obrigatoriedades incluem a manutenção das marcações obrigatórias, como a identificação do tipo de reforma aplicada.
Vale a pena reformar os pneus da sua frota?
“Vale a pena mesmo?”: esta talvez seja a dúvida principal da maioria. Mas a verdade é que reformar os pneus da sua frota pode ser uma opção vantajosa, principalmente do ponto de vista financeiro e sustentável.
A reforma estende a vida útil dos pneus e reduz os custos de substituição, já que o valor de um pneu novo é bem maior do que um pneu reformado.
Isso deve ser levado ainda mais em consideração quando estamos falando de uma frota, que possui uma quantidade maior de veículos e, logo, as manutenções de pneus são mais frequentes.
Outro fator importante sobre a técnica é a sua contribuição para a redução do descarte de resíduos e práticas mais sustentáveis.
Optar pela reforma de pneus ajuda a empresa de frotas a se posicionar quanto à responsabilidade ambiental. Mas não somente isso, já que os pneus reformados podem oferecer desempenho comparável aos pneus novos e podem ajudar a empresa a fazer economias significativas a longo prazo.
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