Você que trabalha com construção: entregar o orçamento de obra para o cliente é sempre um momento tenso, não é?
Com frequência, os clientes reclamam dos valores, contestam a necessidade de tanto insumo ou não de obra, insinuam que a concorrência faria o mesmo serviço por um preço menor, etc.
Só tem um jeito de se livrar disso e fechar o negócio: apresentando um orçamento de obra completo e detalhado, que responda todas as dúvidas do cliente e explique o gasto de cada centavo.
Afinal, o cliente precisa saber que o orçamento de obra foi elaborado com seriedade e dedicação — e que não é um chute qualquer ou um amontoado de valores incluídos no documento sem justificativa alguma.
Um bom orçamento deve determinar, com o máximo de precisão, os gastos de uma obra: do projeto à execução, da mão de obra aos insumos.
Fazer orçamento de obra não é tarefa fácil. Mas calma, não precisa se desesperar. Nós temos algumas dicas para ajudá-lo nessa missão!
Neste texto, vamos explicar por que caprichar no orçamento de obra é tão importante e ainda apresentar um passo a passo que você pode seguir no seu dia a dia!
Temos até uma planilha, elaborada pela equipe da Cobli, que você pode usar na hora de orçar uma obra.
Quer saber o que são composição de custo, curva ABC e cálculo de BDI? Siga a leitura e confira!
Orçamento de obra: qual a importância?
Conforme dito acima, o objetivo do orçamento é listar todos os custos envolvidos em uma obra.
Orçar a obra é a primeira coisa a ser feita, antes mesmo de comprar sacos de cimento e contratar operários.
Afinal, é o orçamento que vai determinar se uma obra é viável ou não.
Por exemplo: se o orçamento ficar muito caro, talvez o projeto tenha que ser repensado.
Já imaginou começar uma obra e ter que parar tudo no meio por que acabou o dinheiro? É esse tipo de pesadelo que um orçamento de obra bem-feito ajuda a impedir.
Para concluir se uma obra é viável, portanto, o orçamento de obra deve incluir todo o tipo de gasto: insumos, mão de obra e até a parcela de lucro da construtora.
Aliás, é o orçamento que permite às empresas prever o quanto elas vão cobrar pelo serviço. Sem um orçamento detalhado, você corre o risco de cobrar pouco (e sair no prejuízo) ou cobrar caro demais (e ver seus clientes correndo para os braços da concorrência).
Por fim, o orçamento de obra auxilia o cliente a tomar decisões mais acertadas.
É bem provável que, antes de fechar o negócio, ele receba orçamentos de diferentes empresas para comparar. Inicialmente, talvez opte por aquela que promete fazer o serviço pelo menor preço.
No entanto, ao comprar os orçamentos, ele entenderá melhor por que cada um cobra um valor diferente. Talvez o orçamento de uma empresa seja mais caro porque inclui insumos de melhor qualidade ou um maior número de operários para acelerar o cumprimento dos prazos.
Com base nesse tipo de informação, o cliente poderá negociar com as empresas, pedir ajustes e ter mais segurança na hora de assinar o contrato.
Entendeu a importância de caprichar no orçamento de obra? Agora, que tal aprender como fazer um orçamento de obra do começo ao fim?
Passo a passo para realizar um orçamento de obra
Chegou a hora de botarmos a mão na massa! Já vimos por que é importante detalhar ao máximo um orçamento de obra. Agora, vamos ver como fazer isso.
1. Composição de custos
Antes de mais nada, é preciso saber quanto vai custar a obra, certo?
Existem custos diretos e custos indiretos. Como o nome já indica, os custos diretos estão diretamente relacionados à execução do serviço, como os gastos com insumos, mão de obra e, é claro, tributos.
Já os custos indiretos são aqueles que não estão diretamente relacionados à obra, mas à administração, como gastos de escritório, despesas administrativas, seguros etc.
Agora que você já sabe o que são custos diretos e custos indiretos, podemos falar sobre composição de custos unitários!
As tais composições se referem à quantidade de insumos necessários para a obra.
Por exemplo: para saber quanto você vai gastar com cimento na sua obra, é fundamental saber quantos sacos serão necessários para concluir a obra, certo?
Composição de custos é isto: descobrir a quantidade de insumos necessária para a execução da obra e quanto tudo isso vai custar. O mesmo vale para a mão de obra.
2. Levantamento de custos indiretos
As composições de custo se referem aos custos diretos. No entanto, também é fundamental descobrir quanto será gasto em custos indiretos.
Bote na ponta do lápis (e no orçamento da obra, é claro) estimativas de quanto você vai gastar com água, energia, elétrica, transporte, administração, etc.
Esses custos variam de obra para obra. Afinal, cada canteiro tem características muito específicas. Cada cliente também. Tudo isso impacta diretamente os custos da obra.
3. Cotação de materiais e serviços
Depois de fazer a composição de custo, é hora de ir atrás dos fornecedores e descobrir quanto eles cobram pelos produtos de que você precisa.
Dica: não feche negócio com o primeiro fornecedor que encontrar, ok? Peça um orçamento a pelo menos três fornecedores.
4. Curva ABC
Curva ABC é um método de classificação de informações de acordo com o grau de importância de cada uma delas.
Mas como a curva ABC se aplica a um orçamento de obra?
É simples: A, B e C representam itens que constam no orçamento, como os gastos com mão de obra, insumos, custos indiretos etc.
Você deve, portanto, descobrir quais desses itens pesam mais no seu orçamento. O “A” representa o item que tem maior peso no orçamento. O “B”, o que tem peso intermediário. E o “C”, o que tem peso menor.
Imaginemos que a sua curva ABC seja a seguinte:
- A: insumos;
- B: mão de obra;
- C: custos indiretos.
O que fazer com essas informações? Ao montar a curva ABC, você saberá qual o que deverá priorizar na negociação com fornecedores ou prestadores de serviço.
No exemplo acima, os insumos representam o maior custo.
Consequentemente, você deve dedicar mais esforço em busca de fornecedores camaradas, que garantam preços amigáveis e que não onerem demais o seu orçamento.
5. Cálculo do BDI
Vamos para mais uma sigla: BDI? Não sabe o que é? Vamos lá: BDI quer dizer Benefícios e Despesas Indiretas.
O BDI nada mais é do que um cálculo cujo resultado deve ser adicionado aos custos da obra para garantir o seu lucro.
Existem várias maneiras de calcular o BDI e nenhuma delas é a “certa”. No entanto, vamos dar uma sugestão de cálculo de BDI para facilitar o seu trabalho. Anote a fórmula abaixo:
BDI = (1 + (AC + MI + S + G)) (1 + CF) (1 + MBC) – 1
1 – (TM + TE + TF)
Calma, vamos explicar o que cada uma delas significa!
- AC: Administração Central (ou seja, a porcentagem que vai para pagar parte dos custos administrativos);
- CF: Custo Financeiro;
- S: Seguros;
- MI: Margem de Incerteza;
- T: tributos federais, estaduais e municipais;
- G: Garantias previstas em contrato.
Anotou tudo? Lembre-se de que todos os fatores do cálculo do BDI são porcentagens, ok?
6. Preço
Finalmente, chegou a hora de chegar o orçamento e decidir o preço que você vai cobrar do cliente.
Por sorte, há uma fórmula para fazer esse cálculo: Anote aí:
Preço = a custo direto x (1 + BDI/)
Viu só como é importante calcular o BDI? Suponhamos que os custos diretos da obra sejam R$10 mil e que o resultado do BDI seja 26,35%. Vamos aos cálculos:
Preço = 10.000 x (1 + 26,35/100)
Preço = 12.635,00
Pronto! Se você chegou até aqui já sabe tudo sobre como fazer um orçamento de obra! Antes de nos despedirmos, siga para o próximo tópico e dê uma olhada na dica que a Cobli preparou para você!
Orçamento de obra: use a planilha da Cobli!
Você deve ter percebido que para fazer um orçamento de obra é necessário reunir um punhado de informações, né? Como fazer para não se confundir com os números e comprometer o resultado do orçamento?
É fácil: usando a planilha de orçamento de obra da Cobli!
Baixe a planilha da Cobli e capriche no seu orçamento de obra!
Esta publicação te ajudou? Confira essa e outras explicações sobre questões de logística e gestão de frota em nosso blog.