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Rotograma: o que é, sua importância e como fazer

Rotograma: o que é, sua importância e como fazer

Se você acredita que prevenir é melhor que remediar, provavelmente deveria ter um rotograma para todas as suas cargas.

Afinal de contas, cuidar dos riscos das cargas é uma tarefa importante para qualquer profissional de logística.

Fazer isso no Brasil, onde acontecem mais de 14 mil de roubos de cargas por ano, segundo dados da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística), é ainda mais importante.

Um rotograma é uma boa saída, pois se trata de um mapeamento e gerenciamento das rotas mais utilizadas pelos motoristas ao transportar uma carga.

Funciona basicamente como um mapa de problemas que os motoristas devem estar cientes ou precisam evitar ao longo de suas jornadas, sejam estradas esburacadas, inseguras ou rotas em que há muitos roubos e furtos.

Neste texto, vamos explicar melhor para você sobre o que é um rotograma, quais são suas funções e como ele deve ser feito dentro de cada empresa.

Também vamos falar como ele se relaciona com a matriz de risco da logística de uma empresa e quais são as principais vantagens em sua implementação. Vamos lá?

O que é um rotograma?

O rotograma é tanto um documento quanto uma técnica para o mapeamento de riscos de uma rota.

Ele faz parte do planejamento preventivo que toda empresa de logística deve fazer ao se preparar para transportar uma carga.

Nessa etapa do transporte, o principal objetivo é definir estratégias que diminuam os riscos de sinistros e acidentes, encontrando rotas que ofereçam menos riscos.

Assim, é possível aumentar o nível de segurança do motorista e da carga transportada – e eventualmente, até reduzir o custo de seguro de uma carga.

Para fazer um bom rotograma, é importante analisar minuciosamente qual será o caminho percorrido pelo motorista ao longo de todo o trajeto.

Isso inclui não só as estradas e os desvios, mas também os pontos de parada para descanso e alimentação do motorista, entre outros detalhes.

Após ser analisado, com dados inseridos em um plano de rota, o trajeto é repassado ao motorista – nesse documento, que é o rotograma, o motorista consegue enxergar os pontos de atenção do trajeto.

Cada rotograma tem um nível de detalhe diferente, mas normalmente é possível detalhar quais são as cidades e os trechos de rodovias, por quilômetro, que oferecem mais riscos.

Normalmente, também são informados ao motorista a quantidade de sinistros em cada trecho do percurso – sejam eles roubos, furtos, acidentes causados pelo tempo ou estradas em más condições.

Um bom rotograma também já costuma prever quais serão os pontos de parada de um motorista ao longo de sua viagem, considerando locais mais seguros para o descanso e a alimentação.

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Estradas esburacadas podem parecer rotina, mas são um risco às suas cargas – e por isso devem estar no rotograma.

Qual é a função de um rotograma? O que há nele?

A principal função de um rotograma, como você já deve ter percebido, é a de tornar qualquer operação logística mais segura – e em especial, o transporte de cargas.

De forma mais detalhada, um bom rotograma costuma conter diferentes tipos de riscos que podem atrapalhar a viagem de um motorista. Entre eles, estão:

  • Curvas bruscas;
  • Trechos de estradas sem sinalização;
  • Áreas de aclive e declive;
  • Indicação de zonas perigosas, com média ou alta frequência de sinistros;
  • Limites de velocidade em cada trecho;
  • Pontos em que é bom evitar aceleração e freagens bruscas;
  • Estatísticas de sinistro por localização, incluindo dados de roubos e tombamentos;
  • Áreas sujeitas a ter problemas em caso de chuva ou deslizamento de terra.

Muitos desses fatores estarão presentes no rotograma com um mapa gráfico, identificando as áreas que necessitam de mais atenção, bem como a lista de alternativas que o motorista pode ou deve usar em determinadas condições.

Quais são as vantagens de se fazer um rotograma?

Existem diversos benefícios para quem utiliza um rotograma – vamos listar alguns deles aqui abaixo.

Custo-benefício: fazer um bom rotograma custa pouco (especialmente com dados coletados ao longo do tempo) perto do risco que você pode ter com uma carga roubada;
Prevenção: ao receber informações anteriormente, o motorista fica mais atento para os trechos que precisa ter mais cuidado;
Segurança: o rotograma não evita que os problemas aconteçam, claro, mas dá informação para motoristas e gestores – e informação é poder;

De novo, vale lembrar: prevenir é melhor que remediar – e por mais que muitas cargas tenham seguro, ninguém quer lidar com a dor de cabeça dessa burocracia, né?

Como fazer um rotograma?

A maneira mais tradicional de se fazer um rotograma é fazendo um estudo de campo.

Desse jeito, o gestor da frota ou os motoristas devem reconhecer as estradas pelas quais vão passar, prestando atenção em possíveis pontos problemáticos.

No entanto, é uma forma cara de se fazer um rotograma – afinal, demanda que o trajeto seja feito ao menos uma vez.

Além disso, a necessidade de atualização constante do rotograma pode piorar ainda mais esse aspecto.

Outra forma de se fazer um rotograma é inserir dados nele a partir de experiências práticas.

Porém, nesse tipo de situação pode acontecer de uma carga muito valiosa ter de fazer uma primeira viagem para um destino desconhecido e correr riscos desnecessários.

Uma saída possível para mitigar as desvantagens dos dois cenários é contratar uma empresa especializada em gestão de riscos, de forma que você pode aprender com o conhecimento de outros.

Além disso, também pode se contratar uma empresa de roteirização que tenha muitos clientes – certamente, o banco de dados dessa companhia (como é o caso da Cobli) é muito maior do que só o da sua empresa.

Assim, é possível mitigar o risco, compartilhando dados com outros gestores de logística – algo que você também pode fazer informalmente, usando até mesmo um grupo de WhatsApp.

Seja como for, um bom rotograma começa sempre sendo feito com algumas perguntas importantes:

  • Qual a frequência de acidentes ao longo da rota?
  • Qual a frequência de roubos e furtos ao longo da rota ?
  • Há pontos de parada seguros para descanso, alimentação e abastecimento?
  • Existe pontos cegos onde os rastreadores perdem sinal nessas vias?
  • Existem rios, lagos, áreas de mananciais ou potenciais pontos de alagamento?
  • Qual é a condição das vias que serão percorridas?
  • Há postos de polícia, emergência ou mesmo serviços de socorro nas vias?
  • Há pedágios na rodovia? Ela é pública ou privatizada?

Dependendo das respostas, é possível avaliar se uma via deve ou não ser usada – se há muitos roubos ou ela fica constantemente alagada na temporada de chuvas, talvez seja bom usar outro caminho.

Se ela costuma ter trânsito pela manhã, será que não pode ser uma boa prever que você vai passar ali apenas à tarde?

Além disso, o rotograma ajuda a reduzir riscos em situações inevitáveis: se não há jeito de não usar uma pista sinuosa, pode ser bom reforçar a amarração da carga, por exemplo.

São informações importantes para a equipe de gestão da frota, monitoramento e até a equipe de pronta resposta, que pode ajudar a localizar o veículo e a carga em caso de acidentes.

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Estradas de terra ou em más condições também precisam ser mapeadas como riscos à segurança da sua carga no rotograma.

Como o rotograma pode fazer parte da matriz de risco?

Ter um rotograma, porém, é apenas um dos passos de algo que toda empresa precisa ter na hora de planejar suas atividades: uma matriz de risco.

Afinal, é uma das estratégias mais importantes da área de gestão de riscos, sendo usada para evitar que problemas surjam ou se repitam dentro de uma operação.

Um bom mapeamento dos riscos poderá fazer toda a empresa estar preparada para lidar com uma crise, caso ela seja inevitável.

Uma boa quantidade de rotogramas das rotas mais frequentes que sua empresa faz pode ser um ótimo insumo para elaborar sua matriz de risco.

Esta publicação te ajudou? Confira essa e outras explicações sobre questões de logística e gestão de frota no blog da Cobli.

Isadora Soares

Escrito por

Isadora Soares

Publicitária, com especialização em Marketing, Inbound e Influência Digital, é responsável pela criação e edição de conteúdo no blog da Cobli.

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