Lançado no Brasil em 2003, o motor flex trouxe mais facilidade e possibilidade de economia para os brasileiros.
A estimativa, segundo um levantamento da Sindipeças, é que, em 2021, 72,7% dos veículos no país são flex. Enquanto os que são apenas à gasolina seguiram reduzindo de 17,4% em 2020 para 15,6% em 2021.
Mesmo não sendo uma tecnologia nova, muitos mitos sobre o motor flex circulam por aí. Por isso, reunimos neste artigo, informações que podem tirar suas dúvidas sobre esse tipo de veículo.
Siga a leitura e confira 06 fatos importantes que todo mundo deve saber sobre combustível e motor flex.
Como funciona o motor flex?
Um veículo com motor flex pode ter a mesma aparência de qualquer outro carro. No entanto, a diferença está no sistema de combustível e em algumas características do motor.
Esses veículos possuem um motor de combustão interna capaz de operar com gasolina e qualquer mistura de gasolina e etanol até 83%.
O sistema de combustível e a maioria dos componentes do motor flex são os mesmo encontrados em um carro convencional.
Porém, alguns componentes especiais compatíveis com etanol são necessários para compensar as diferentes propriedades químicas e conteúdo de energia do álcool, como modificações na bomba de combustível e no sistema de injeção.
Geralmente, os veículos com motor flex têm os seguintes componentes principais:
Motor de combustão interna
Conhecido pela ignição por faísca, nesta configuração, o combustível é injetado pelo coletor de admissão ou na câmara de combustão.
Dessa forma, o álcool ou gasolina é combinado com o ar e a mistura é inflamada pela faísca da vela de ignição.
Módulo de controle eletrônico
Controla a mistura de combustível, ponto de ignição e sistema de emissões, além de monitorar o funcionamento do veículo.
Responsável também por monitorar as operações gerais do veículo, detectar e solucionar problemas.
Sistema de injeção e sensor de combustível
Este sistema introduz combustível nas câmaras de combustão do motor para ignição. Já o sensor verifica a composição do combustível e envia um sinal ao módulo de controle eletrônico.
Linha de combustível
É um tubo de metal ou mangueira flexível (ou uma combinação destes) que transfere o combustível do tanque para o sistema de injeção de combustível do motor.
Sistema de escape
O sistema de escape canaliza os gases de escape do motor através do tubo de escape. O catalisador de três vias foi projetado para reduzir as emissões de saída do motor no sistema de escapamento.
Como identificar um motor flex?
Já sabemos que os veículos com motor flex pode usar tanto o álcool, quanto gasolina. Mas como é possível saber se o seu carro é mesmo versátil?
Além de notar as peças que mostramos acima, o que talvez possa ser um pouco mais complicado, existem algumas maneiras de descobrir isso:
Verifique o manual do proprietário
Se você não estiver familiarizado com o manual do proprietário, sente-se, procure a seção que fala sobre combustível e tire um tempo para lê-lo.
Se o seu carro for um modelo flex, o manual apontará para isso, já que mencionará os diferentes tipos de combustível que seu carro consome, como gasolina comum e etanol.
Inspecione o exterior do carro
A maioria dos carros flex costumam possuir identificações como adesivos ou etiquetas no seu exterior que indicam essa característica.
Normalmente essas indicações estão na traseira ou no próprio tanque de combustível, então basta procurar por elas.
Verifique o número de identificação do veículo
O número de identificação é composto por uma sequência alfanumérica encontrada no painel e em outras áreas do seu carro.
A maioria dos veículos flex tem uma designação apontada pelo oitavo caractere, o que confirmar essa informação. Esse código é diferente para cada marca e modelo.
Se os dígitos coincidirem, você terá a certeza que seu carro possui um motor flex.
Qual o melhor combustível para motor flex?
Quem possui um veículo com motor flex, provavelmente, já ficou na dúvida sobre qual combustível é o melhor. No entanto, tudo dependerá do quanto você gostaria de economizar.
Essa escolha pode ser feita considerando o gasto de combustível na estrada e na cidade. Isso porque todos os carros possuem desempenho diferente nessas duas situações.
Além disso, existem diversos tipos de gasolina e etanol disponíveis no mercado, cada um com um preço diferente, podendo assim, também, influenciar na sua escolha. Confira:
Gasolina comum, aditivada e premium
A gasolina comum é derivada do petróleo. Dependendo do tempo de uso, pode acumular resíduos que danificam o motor.
Já a aditivada, contém aditivos, dispersantes e detergentes que evitam a formação de depósitos carboníferos no motor. A diferença é que mantém o sistema limpo, impedindo o acúmulo de resíduos.
A premium é indicada para motores de alta potência e que tenham sido desenvolvidos para isso, como, por exemplo, os carros esportivos. Ela garante o bom desempenho e funcionamento do veículo.
Etanol comum e aditivado
O etanol comum é um biocombustível obtido a partir da fermentação da cana-de-açúcar. Mantém o motor mais limpo e possui custo mais baixo, já que é produzido no Brasil.
Já o etanol aditivado também possui aditivos, dispersantes e detergentes como a gasolina aditivada, capazes de melhorar a lubrificação e aumentar a vida útil do motor.
Inclusive, você já sabe o que mudou na nova gasolina brasileira? Descubra agora:
Qual o melhor aditivo para motor flex?
Se você também tem dúvidas se os aditivos são uma boa escolha, a resposta é sim!
Mas, assim como os combustíveis que citamos acima, escolher um aditivo irá depender de algumas características do seu veículo. A principal delas é o quão conservado ele está.
Se seu carro é novo, pode ser que o mesmo tenha pouca necessidade do uso de aditivos e que, com a escolha de um combustível aditivado, nem seja preciso adicioná-los no dia a dia.
Mas é importante entender que os aditivos possuem o objetivo de limpar os resíduos e depósitos de combustíveis do motor do carro. Então, é essencial avaliar se seu veículo realmente precisa do produto.
O ideal é conversar com um especialista para que ele possa avaliar a situação do seu motor e decidir se é realmente necessário o uso de um aditivo. Além disso, ele poderá indicar qual o de melhor qualidade e custo-benefício.
6 fatos importantes sobre o uso do combustível flex
Embora a tecnologia flex não seja uma novidade, ainda existem muitas informações que você pode desconhecer. Por isso, reunimos as principais para que você não tenha mais dúvidas:
Gasolina e etanol podem ser misturados no tanque
Sim, álcool e gasolina podem ser misturados! O sistema de injeção eletrônica reconhece a mistura no tanque e realiza as devidas correções de identificação.
O componente que faz essa leitura chama-se sonda Lambda (ou sensor de oxigênio), que fica posicionado no escapamento, perto do motor.
Motor flex tem desempenho inferior do que os outros
De fato, quando comparamos os carros flex com veículos que possuem motor para apenas um tipo de combustível, eles perdem em desempenho e consumo.
O motivo que explica esse fato é a compressão intermediária que influencia o desempenho e gera impacto no consumo de combustível.
Gasolina garante maior autonomia para os veículos
Sim, a gasolina gera uma autonomia maior, reduzindo o consumo de combustível. No entanto, o etanol tem substâncias que permitem mais potência.
Você pode fazer o cálculo para combustível flex, caso deseje conferir o mais vantajoso.
Anote o preço da gasolina e multiplique por 0,7. Se em determinado posto a gasolina custa R$ 4,00 o litro, multiplicando por 0,7 você terá R$ 2,80 como resultado.
Caso o etanol tenha preço de R$ 3,00 no mesmo posto de combustível, por exemplo, a gasolina é a opção adequada.
Alguns estudiosos afirmam que este teste não seja tão eficaz, mas serve de referência, não é mesmo?
Motor flex pode viciar em um tipo de combustível
Se você quiser utilizar por alguns anos álcool e depois usar somente gasolina, o motor não viciará.
No entanto, é importante saber que os resíduos que ambos os combustíveis produzem normalmente podem gerar problemas no motor a longo prazo.
O motor flex possui um aparelho chamado sensor lambda, como falamos anteriormente, mas, nada interfere que haja trocas entre gasolina e etanol a cada 4 ou 5 tanques. Isso servirá para diminuir a quantidade de resíduos nocivos ao motor.
Primeiro abastecimento do motor flex não precisa ser com gasolina
Quando alguém compra um carro, muitas pessoas fazem esta afirmação, no entanto, ela não é verdadeira. O primeiro abastecimento pode ser feito com qualquer um dos dois combustíveis, sem problema algum.
Motor flex tem durabilidade menor
Esse é mais um dos mitos em relação aos motores flex, pois a durabilidade é igual. O que influenciará e determinará seu tempo de vida útil serão as manutenções regulares e os cuidados básicos, como trocas frequentes de combustível.
Como calcular o consumo de combustível flex?
Os combustíveis integram as principais despesas de uma frota, sendo que os preços da gasolina e do etanol, por exemplo, poderão variar muito.
Independente do porte do veículo, para ter controle e garantir economia, gestores podem usufruir de tecnologias para a gestão de combustível.
Além disso, ao utilizar um sistema de gestão de frotas, como o da Cobli, por exemplo, é possível fazer a roteirização de cada veículo e ainda estimar o gasto que cada um deles terá com combustível no trajeto total.
Esta publicação te ajudou? Confira também outras explicações sobre questões de logística e gestão de frota no blog da Cobli.