Assim como o transporte de alimentos e de bens essenciais, a logística farmacêutica é uma área muito importante para a qualidade de vida de qualquer país.
Não é à toa: afinal de contas, a logística farmacêutica é responsável por transportar vacinas, medicamentos e outros produtos para ajudar a saúde da população.
Como você pode imaginar, é uma área cheia de regras, regulamentações e legislações, a fim de evitar perdas, prejuízos e até que esses produtos cheguem com problemas às pessoas.
Neste texto, vamos falar mais sobre o que é a logística farmacêutica e também quais são as principais leis que determinam as regras para sua atuação.
Vamos falar ainda sobre os principais desafios e etapas da logística farmacêutica aqui no Brasil, caso você esteja pensando em começar a prestar esse tipo de serviço. Vamos lá?
Índice:
O que é a logística farmacêutica?
Como você pode imaginar, a logística farmacêutica é a área da logística responsável por lidar com medicamentos, vacinas e outros produtos do universo da saúde.
Isso significa que ela engloba o planejamento, a implementação e o controle do fluxo de distribuição de remédios e outras mercadorias, bem como de seu armazenamento e transporte.
Por lidar com cargas sensíveis e de grande importância para a população, a logística farmacêutica é uma área bastante regulada, tendo instruções e licenças específicas criadas pela vigilância sanitária, além da exigência de profissionais qualificados.
Quer um exemplo? Alguns tipos de medicamentos e vacinas precisam ser transportados a uma temperatura específica – caso contrário, perdem sua eficácia e se transformam em prejuízo.
Assim, cabe aos gestores que decidam cuidar da logística farmacêutica ficar atentos para que suas empresas ofereçam as condições corretas de transporte e armazenamento desses produtos.
O que diz a lei sobre a logística farmacêutica?
Se você quer prestar serviços de logística farmacêutica, o primeiro passo é entender quais são as leis que regem as boas práticas do setor.
Aqui no Brasil, são duas as leis que versam sobre o transporte e o armazenamento de medicamentos: a Lei nº 6360/76 e a Lei nº 5991/73.
Ambas tratam de temas como:
- Características de equipamentos e instalações para armazenar os produtos;
- Implementação de sistemas de gestão para controlar qualidade e reduzir riscos;
- Auditorias internas e externas para identificar problemas e saná-los ao longo da cadeia de suprimentos;
- Registro de dados para cada produto;
- Regras de transporte de medicamentos, considerando rótulos, embalagens, veículos e até mesmo contêineres;
- Padrões de treinamento, higiene e responsabilidade para os profissionais.
Além das leis em si, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) costuma ter regras específicas a fim de fornecer instruções para as empresas – por isso, vale a pena ficar de olho nas RDCs emitidas pela autoridade, em especial as RDCs 304/19 e 430/20.
Como funciona a logística farmacêutica?
Assim como diferentes áreas da logística, a logística farmacêutica começa com o planejamento e vai até o fim das atividades de distribuição.
Para tudo dar certo, é preciso implementar o fluxo de distribuição, o fluxo dos custos e também das informações, além do armazenamento e do transporte.
A principal diferença, como já falamos, é que o processo deve ser realizado com base nas leis e de acordo com o controle da vigilância sanitária.
Uma das principais características da logística farmacêutica, por assim dizer, é que ela precisa ter uma alta rastreabilidade e controle de inventário – dois aspectos que a tecnologia pode ajudar bastante, como falaremos a seguir.
São temas, vale ressaltar, que permitem que lotes e validades sejam facilmente identificados, permitindo descobrir irregularidades que afetem a eficácia dos remédios e vacinas, ou mesmo contaminem-os.
Quais são os principais desafios da logística farmacêutica?
Estar de acordo com as regras, transportar as mercadorias dentro do prazo, gerir o estoque… a logística farmacêutica tem muitos desafios. Vamos falar deles a seguir.
Seguir as normas de vigilância sanitária
Autoridade máxima da vigilância sanitária no Brasil, a Anvisa tem diversas regras para a logística farmacêutica e é importante garantir esses padrões de qualidade.
De forma resumida, a Anvisa exige:
- Informações sobre os tipos de medicamento comercializados;
- Cuidados com a manipulação de produtos perecíveis;
- Detalhamento das etapas de operação, armazenagem e transporte;
- Indicação das características de operação, funcionamento, carga de coletas, devolução e movimentação fiscal.
Além disso, a Anvisa requer profissionais treinados para lidar com essas mercadorias.
Ter uma equipe bem treinada
Não basta ser só um especialista em logística: para atuar com logística farmacêutica é preciso ter muita atenção, qualificação e seguir diversos critérios da Anvisa. Entre eles, estão:
- Ter a capacidade de seguir instruções do fabricante quanto a temperatura, umidade, exposição à luz e outros fatores;
- Manter a integridade das embalagens, armazenando produtos de forma segura;
- Conferir os lotes dos medicamentos com precisão;
- Garantir a segurança na entrega dos produtos.
Automação
A tecnologia é uma aliada para quem quiser prestar serviços de logística farmacêutica, mas é preciso ficar atento à forma como os processos serão automatizados.
Se a tecnologia for usada da forma errada, ela pode mais atrapalhar do que ajudar – mas vamos falar mais sobre como ela auxilia o gestor de logística logo a seguir.
Áreas para manutenção de medicamentos
Muitas vezes, medicamentos chegam sem embalagem aos estoques, vendidos a granel – e é preciso ter uma área especial para separá-los e embalá-los, evitando a contaminação.
É necessário prestar especial atenção quanto a esse último aspecto para evitar perdas, e com isso, altas nos custos dos medicamentos.
Aquisição de licenças
Além de seguir as regras, é preciso ter uma série de licenças para prestar o serviço de logística farmacêutica – além de serem custosas, essas licenças envolvem determinadas adaptações e é importante ficar atento a elas.
Falta de integração
Já falamos da automação, mas a falta de integração entre informações também pode ser um desafio para quem quer prestar logística farmacêutica – afinal, não basta apenas armazenar e transportar bem os medicamentos, é preciso também ter um bom controle do que está acontecendo.
Quais são as etapas da logística farmacêutica? Como a tecnologia pode ajudar?
A logística farmacêutica tem diversas etapas e se o gestor de logística prestar atenção nelas, poderá ter ótimas chances de otimizar os processos, melhorar a qualidade dos serviços e aumentar a eficiência da cadeia.
Vamos a elas?
Gestão de estoque
Cuidar bem do estoque de medicamentos e outros produtos farmacêuticos deve ser uma grande preocupação dos gestores.
Fazer bem e de forma segura o recebimento, a separação de produtos e a saída é algo importante para evitar perdas de itens.
Além disso, é importante ficar de olho na visualização do estoque disponível, cuidando para que os produtos não ultrapassem a data de validade no estoque, nem sofram com rupturas de armazenamento.
Por isso, é importante fazer a atribuição correta da localização dos produtos, ficando de olho em atributos como giro de estoque e datas de vencimento.
Assim como é importante ter um banco de dados com informações atualizadas sobre os lotes e a organização de expedições e do picking, segundo a prioridade dos pedidos.
Implementar boas práticas, cultura de agilidade e um bom armazenamento ajuda o estoque a ter plena funcionalidade.
Monitoramento dos transportes
Como você já viu, transportar produtos farmacêuticos é uma atividade que exige muita cautela e, portanto, fazer um acompanhamento frequente dos itens é importante.
Uma forma de fazer isso é utilizar serviços de rastreamento e monitoramento veicular, que podem informar não só a localização dos veículos, mas também as condições atuais do transporte.
É uma forma de ajudar o gestor de logística farmacêutica, mesmo a distância, de manter o controle do que está acontecendo.
Prezar pela segurança
Além de ser uma carga bastante sensível, produtos farmacêuticos costumam ter alto valor agregado – e por isso, são alvos de ladrões e contrabandistas.
Uma forma de evitar que isso aconteça é investir em segurança, seja no armazenamento ou nos transportes.
É outra finalidade importante do rastreamento veicular, permitindo aos gestores saber onde estão os veículos, bem como uma ação rápida no caso de um sinistro.
Sincronização de processos
Cuidar da segurança das informações também é algo importante para quem vai fazer logística farmacêutica, mas infelizmente, muitas vezes esses processos estão sujeitos a falhas humanas.
Às vezes, um erro simples – como o de um funcionário que esquece de atualizar a saída de um produto – pode gerar muitos estragos.
Realizar a integração de processos e sistemas, com ajuda da tecnologia, pode ser algo importante nesse sentido, automatizando o recebimento dos produtos e um controle dos estoques.
Para isso, é possível utilizar diferentes soluções – além dos já citados WMS e rastreamento veicular, pode valer a pena usar um software para o transporte (TMS) e outro para a gestão de clientes (CRM).
Monitoramento das mercadorias
Outro aspecto que a tecnologia pode ajudar bastante é no monitoramento das mercadorias, um processo que tem se tornado cada vez mais rápido, fácil e assertivo.
Com poucos cliques e ajuda de tecnologias como controle de gestão e rastreamento veicular, é possível verificar a localização de um produto e seu status atual.
Além disso, é possível saber, no caso do transporte, se houve desvio de rotas, sinistros ou algum outro problema, sendo possível também avisar o cliente no caso de atraso.
Logística integrada
Já falamos bastante aqui da importância de integrar a logística entre si, mas ela também precisa se conectar com os processos de todas as outras áreas da empresa, como a produção e o financeiro.
Para isso, a tecnologia também pode ser uma aliada, aumentando a competitividade, minimizando custos e fazendo a produtividade subir.
Estudo da logística
Não se deixe enganar pelo nome difícil: estudo da logística é uma atividade que todo gestor deve fazer.
Significa prestar atenção nos dados da operação de logística da empresa e entender como esses números podem ser ainda melhores – por exemplo, como gastar menos combustível e como fazer menos manutenção nos veículos.
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