Gerir uma frota de veículos envolve uma série de pontos, que incluem desde a manutenção e os custos até a segurança dos motoristas. Nesse contexto, o gerenciamento de riscos se torna essencial para uma operação segura, evitando perdas financeiras e protegendo a reputação da empresa.
Neste texto, discutiremos a importância do gerenciamento de riscos na gestão de frotas e as melhores ações para implementá-lo com sucesso. Continue a leitura para entender o que tudo isso significa na prática.
Índice:
O que é gerenciamento de riscos?
É chamado de gerenciamento de riscos o processo de identificação de possíveis ameaças para uma empresa, a fim de adotar ações para evitá-las ou, pelo menos, reduzir os danos, garantindo a continuidade da operação de forma segura e eficiente.
Nesse contexto, é considerado risco a possibilidade de ocorrer um evento ou situação que possa ter um impacto negativo para os objetivos e metas da empresa.
Em se tratando da gestão de frotas, os riscos podem ser: acidentes, roubos de carga, falhas mecânicas, multas de trânsito, entre outros fatores capazes de afetar a operação e a segurança dos motoristas.
Qual a importância do gerenciamento de riscos para frotas?
Todo condutor, ao trafegar pelas vias, lida com diversos tipos de riscos, que podem se apresentar em maior ou menor grau, dependendo de fatores, como: habilidades do motorista, dispositivos de segurança, região, tipo de veículo, horário, etc.
Para uma empresa que depende de uma frota para realizar as suas atividades, os riscos são multiplicados. Lembrando que riscos, se concretizados, podem significar prejuízos, problemas com a justiça, perda de clientes, entre outras consequências.
Confira alguns dados sobre os principais riscos que as frotas enfrentam no Brasil:
- O Brasil é o quinto país com mais mortes no trânsito no mundo, segundo dados do Ipea, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada;
- Os prejuízos gerados por roubos de carga no país foram de R$ 1,27 bilhão em 2021, de acordo com a NTC&Logística, Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística;
- Somente em agosto de 2022 foram aplicadas mais de 4.500 multas de trânsito no Brasil, como mostra levantamento feito pela Senatran, Secretaria Nacional de Trânsito.
Como se pode ver, são muitos os riscos para a sua frota com os quais uma empresa precisa lidar. Logo, identificar e realizar o gerenciamento de ameaças em potencial é crucial para controlá-las e garantir a eficiência da operação.
Conheça os 05 componentes do gerenciamento de riscos
Como a gestão de riscos é uma área importante para empresas em geral, existe um modelo seguido por companhias ao redor do mundo, chamado Risk Management Framework (RMF), em português estrutura de gerenciamento de riscos.
Esse modelo foi criado pelo Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission (COSO). Trata-se de uma organização fundada nos Estados Unidos em 1985, para prevenir e evitar fraudes nos procedimentos e processos internos de empresas.
Apesar de a estrutura ter sido criada para a proteção de sistemas de informação, pode ser aplicada em outras áreas. Veja a seguir quais são os componentes do gerenciamento de riscos segundo o modelo RMF.
1. Identificação
Durante a etapa de identificação de riscos, os especialistas direcionam sua atenção para vários aspectos, como: ameaças, vulnerabilidades, impactos de riscos potenciais, probabilidade de ocorrência de riscos específicos e condições que influenciem a probabilidade ou impacto desses riscos.
Importante: esse processo deve ser realizado frequentemente, pois os riscos podem mudar com o tempo.
2. Medição e avaliação
Após a identificação e classificação dos riscos, os especialistas podem categorizá-los e priorizar aqueles que se mostrarem mais urgentes. Nesta etapa são planejadas as ações que virão em seguida.
3. Mitigação
Os planos de mitigação de riscos visam evitar, reduzir, minimizar ou controlar os riscos identificados, dando maior atenção aos mais críticos. Em algumas situações, o risco pode ser inerente à operação e a organização tem a opção de aceitá-lo como parte de um benefício maior.
4. Relatórios e monitoramento
Os processos não terminam com as ações de mitigação. É necessário realizar o monitoramento de riscos e criar relatórios para o acompanhamento das ameaças identificadas.
5. Governança
O último dos componentes é a governança, ou seja, a criação de um plano de gerenciamento de riscos na organização, a fim de manter os processos em conformidade com todas as etapas realizadas.
Como fazer o gerenciamento de riscos na gestão de frotas?
Agora que já temos informações suficientes sobre gerenciamento de riscos, saiba como aplicá-las à gestão de frotas.
Criação de um programa de gerenciamento de riscos
A empresa deve ter o seu próprio programa de gerenciamento de riscos, seguindo os componentes mencionados anteriormente.
Assim, será realizada a identificação das ameaças em potencial envolvidas na operação e todas as etapas seguintes, considerando as informações coletadas na tomada de decisões.
Treinamento dos motoristas
Não dá para falar sobre gerenciamento de riscos na gestão de frotas sem mencionar os motoristas. Afinal, eles estão diretamente envolvidos com as ameaças, mostrando-se vulneráveis a elas se nenhuma medida for adotada.
Por isso, é fundamental oferecer treinamentos específicos para que os profissionais conduzam os veículos de forma segura e saibam como agir em situações de risco, como: acidentes, roubos, falhas mecânicas, entre outras.
Uso de ferramentas de monitoramento
Para as empresas, é desafiador gerenciar uma operação que ocorre à distância, com cada veículo em uma localização diferente. Uma forma de superar esse obstáculo é através das ferramentas de monitoramento.
Com elas, os supervisores conseguem acompanhar sua equipe, obtendo informações sobre a localização, além de dados relacionados à condução dos veículos, como: velocidade, freadas, acelerações, consumo de combustível etc.
Isso é possível através da telemetria, uma tecnologia que coleta diversos tipos de dados dos veículos. A partir deles, os gestores de frota podem obter uma visão ampla e realista da operação, tomando decisões com mais confiança.
Se esse recurso já proporcionava diversos benefícios para a identificação e mitigação de riscos, agora há outro que deu um passo além: a videotelemetria.
Conforme o nome indica, a ferramenta possui um recurso de vídeo que capta imagens do interior e do exterior do veículo. Dessa forma, é feito o monitoramento completo da operação, com imagens que poderão também ser usadas para fins de investigação de ocorrências.
Assim, o gerenciamento de riscos é muito importante para empresas de todos os segmentos. Na gestão de frotas funciona como um recurso para identificar e controlar os diversos riscos que veículos enfrentam todos os dias nas vias.
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